sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A MENTIRA

Como a mentira faz parte do nosso cotidiano! Somos mentirosos contumazes.

Quem nunca mentiu pra se livrar de uma pessoa chata ou inconveniente? Para não ter que ir a uma reunião, aniversário ou confraternização indesejada? Ou então para dispensar um(a) pretendente ou um colega de trabalho chato?

Mentiras são inventadas o tempo todo pelos mais diversos motivos. Para não desagradar a alguém. Essa é conhecida como mentira saudável, se é que realmente existe. Ou então para nos escondermos de algum erro que cometemos. Por se eximir de culpa.  Para se obter vantagens lícitas ou ilícitas. Para justificarmos nossa desorganização. Ou para nos enganarmos.

Quando chegamos atrasados ou faltamos a um compromisso, sem justificativa, para não se dizer qual o real motivo, inventa-se algo qualquer: “O pneu furou”, “Estava passando mal”, “Parei numa bliz”, “Esqueci minha carteira”, “Um cano estourou”. Várias são as mentiras possíveis. Não temos coragem de assumir que acordamos atrasados e perdemos a hora, que ficamos um tempinho a mais na internet, vendo a novela ou o jogo de futebol, que nos atrasamos no banho ou que ficamos perdidos no tempo.

Algumas mentiras são contadas com tanta firmeza e veracidade que o próprio mentiroso se surpreende com a sua capacidade de mentir e convencer.

Entretanto, como diz o velho dito, “a mentira tem pernas curtas”. E acrescento: as mentiras contadas a quem amamos ou a quem nos ama tem pernas mais curtas ainda. Mentiras são traições desferidas contra a confiança de alguém. Aí vem a questão: até que ponto compensa mentir?

E quando menos se espera, por acaso ou por “infeliz” coincidência, as mentiras passam a ser descobertas, ou simplesmente vêm à tona. O mentiroso é descoberto. Neste momento, aquele que mentiu sente como se tivesse levado um soco no estômago e a vergonha se mostra em forma de palidez e arrependimento.

Para aquele que descobre ter sido vítima de uma enganação, de uma mentira grave, resta a frustração, o sentimento de traição e a mágoa. E toda aquela confiança que foi construída ao longo do tempo se rui em questão de segundos.

Então, o que era uma relação de confiança, de amizade e amor passa a ser de desconfiança, incredulidade e mágoa. Muitas pessoas não conseguem superar a dor de uma traição. Outros até conseguem perdoar, mas nunca esquecer. Uma segunda chance pode não ser dada àquele que pretere a confiança de alguém.

Antes de criar uma mentira, é bom que pensemos muito bem. É um caminho sem volta. Por mais que se pense se tratar de uma “mentirinha” ou uma mentira “saudável”, tenha a certeza de que ela pode ser descoberta e que gerará conseqüências muitas vezes insanáveis e imperdoáveis.

No fim das contas conseguir dormir tranqüilo, sem peso na consciência ou medo de ser descoberto é a melhor coisa que tem. Sustentar uma mentira em vez da verdade é como viver na clandestinidade no mundo da consciência. E a qualquer hora você pode ser apanhado e julgado.

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