quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O CENÁRIO MUSICAL DO TOCANTINS

O Tocantins, há tempos, se desponta como um grande celeiro de músicos, compositores e artistas em geral. Não é de hoje que hora ou outra vemos um tocantinense conquistando seu espaço fora do Estado.

Em 2010, mereceram destaque alguns nomes em decorrência de seus feitos no cenário nacional: os músicos e produtores Paulinho, Dênio e Marcelo Braga, todos da Família Braga, por trabalhos com grandes nomes com Alcione, Zeca Baleiro, Lulu Santos, Moraes Moreira, Pepeu Gomes e Belo; a Balagandaya que teve sua música de “Meu coração voou” (composta por Orlando Emmerich e Dênio Braga) gravada por Chiclete com Banana, a maior banda de axé do Brasil; e por fim, Juraíldes da Cruz, que conquistou, com o todo o merecimento, o título de melhor cantor da 21ª Edição do Prêmio da Música Brasileira.

Noutros tempos, quando se falava em música tocantinense, só se pensava nos grandes ícones como Genésio Tocantins, Dorivã, Braguinha Barroso e Juraíldes da Cruz. Foram eles, entre outros, os precursores do movimento artístico regional por aqui.

Em decorrência do próprio crescimento populacional, surgiram outros nomes que passaram a fazer música, não somente a regional, mas também de outros gêneros. O sertanejo, o pagode, o rock e o axé foram os ritmos que ascenderam a partir de então.

Entretanto, o que se pôde perceber é que a grande maioria dos novos nomes não deu continuidade a um trabalho ainda incipiente. Geralmente criavam um movimento, virava uma “modinha” e pronto. Achava-se que era o suficiente. A realidade se mostrou dura, e só se manteve que procurou construir um trabalho consistente.

Alguns artistas regionais, pejorativamente chamados “artistas da terra”, também conduziram com displicência seus trabalhos. Muitos, se escorando no Poder Público, passaram a ficar dependentes dessas contratações, esquecendo que a carreira, por mais que seja impulsionada por apoios e patrocínios, deve caminhar com pernas próprias.

Um trabalho consistente com identidade musical e estribado por condutas profissionais é requisito para aqueles que desejam iniciar ou prosseguir com a música em 2011. A carreira de aventureiros tem prazo de validade muito curto. A música, assim como em todo segmento artístico, é muito dinâmica, exigindo que o artista esteja atento às mudanças impostas pelo mercado e pelo público. O acesso à informação, principalmente à Internet, gerou nos expectadores e telespectadores um espírito crítico capaz de fazer escolhas dentre aquelas que mais lhe agrada.

O público, independentemente do gênero que prefira, quer se sentir bem com a música que ouve. O músico que projeta viver da música, necessariamente cria um produto pra um consumidor final. É nesse contexto que ocorre a simbiose entre o gosto do público consumidor e o produto do artista. A partir daí, quanto maior for essa sintonia entre as duas partes, maior é a possibilidade da música se tornar um grande sucesso.