segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

CATIVAR E SABER VIVER!!!

Quando eu tinha uns sete anos li “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupery, pela primeira vez. Viajei na historinha, querendo ter um planeta só pra mim, com um carneirinho e uma flor pra cuidar.

Semana passada, mais de duas décadas após a primeira leitura, resolvi lê-lo novamente e foi enorme a minha surpresa. Aquele livrinho fininho, de poucas páginas se mostrou grandioso, com lições simplesmente extraordinárias.

Separei uns trechos que mexeram emocionalmente comigo, e que certamente precisarei lembrar em momentos oportunos de fraqueza, incoerência, falta de sensibilidade e excesso de preocupação. Abaixo, alguns transcritos:

- Príncipe falando sobre a rosa – Saber amar e compreender as pessoas!!!

"Não soube compreender coisa alguma! Devia tê-la julgado pelos atos, não pelas palavras. Ela me perfumava, me iluminava ... Não devia jamais ter fugido. Deveria ter-lhe adivinhado a ternura sob os seus pobres ardis. São tão contraditórias as flores ! Mas eu era jovem demais para saber amar."

- Em visita ao planeta do rei – Aprender a julgar a mim mesmo!!!

“É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues julgar-te bem, eis um verdadeiro sábio”.

- Em visita ao planeta do vaidoso – Baixar a bola faz bem!!!

“Porque, para os vaidosos, os outros homens são sempre admiradores”.

- Ensinamentos da Raposa para o Pequeno Príncipe:

“A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos, Se tu queres um amigo, cativa-me!”

“A linguagem é uma fonte de mal-entendidos.”

“Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos”.

“Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante. Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...”

- O Pequeno Príncipe falando sobre as outras rosas do jardim na terra

“Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. (...). Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa”.

- Lição final da Raposa ao Príncipe:

“Mas os olhos são cegos. É preciso buscar com o coração ...”

Em linguagem poética simples, mas de um conteúdo extraordinário, “O Pequeno Príncipe” nos deixa aprendizados que podemos carregar por toda vida.

Não esqueçamos que ainda reside em nós, a criança de outrora. Pode-se levar uma vida muito mais simples, onde os problemas são enfrentados de maneira equilibrada, e não desesperada. Damos valor a coisas inúteis ou pequenas demais, e esquecemos de valorar aquilo que realmente vale à pena. Os excessos de preocupação ocasionam stress, doenças, mal-humor e solidão.

Por fim, a maior lição do livro é que a amizade e amor surgem de forma simples, quando menos se espera. Mas para isso é preciso cativar. Isso só se faz com os olhos da alma, do coração...

Palmas, 10 de janeiro de 2011